domingo, 3 de agosto de 2008

Insatisfação

Sensações inquietantes, desejos insaciados, dores lancinantes e insónias.
É madrugada e ouvem-se risos lá fora. O quarto está abafado, a cama desfeita e o cadáver sofre com dores e suores. Alguém pergunta porque ainda estás acordado. Respondes que não tens sono, que te sentes doente. Pedes, por favor, que te fechem a porta e executam silenciosamente o teu pedido.
O que tu sentes, nem tu sabes. Um misto de desespero e fragilidade acompanhada por dores físicas. Dói-te a perna martirizada, custa-te respirar, a cabeça pesa-te, a garganta arranha e a rigidez dos músculos faz-se sentir. O teu corpo ferve de febre e a tua mente sofre com isso. Acendes um cigarro e deitas a cabeça molhada de suor na almofada. Ouves "The Mess We're In" de Pj Harvey e fechas os olhos. As lágrimas irrompem e não sabes porquê. Os analgésicos não minimizam o sofrimento e a tua cabeça anda a mil.
Recordas situações que o tempo falsamente recalcou e imaginas que abres a tua cabeça, apagando essas memórias com uma borracha verde. Voltas e reviravoltas no colchão.
Queres aquilo que não tens, mas não sabes o que queres.
Dói-te o corpo. E a alma, dói? Que se lixe a alma, que se lixe o corpo, que se lixe a tua misera pessoa e os malditos pensamentos filosóficos existenciais.
Apaga a luz, fuma o teu último cigarro e convida o sono para dormir contigo.

1 comentário:

Sá Gouveia disse...

Como diria o bardo de (Av. de) Roma: Io "Sono" qui... rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs