domingo, 28 de setembro de 2008

Tumultos Constantes

Desde que vim de férias nunca mais me apeteceu pegar num computador, confesso. Há muito tempo que não usufruía de tempo livre bem passado, tempo esse numa terra algures perdida em Portugal, onde aromas a tomates gigantes, praias selvagens, flores de viúvas em forma de falos e montes algarvios abundam de tal forma que nem a essência do "Coco Channel" consegue ser mais forte.
"Cheira a pessoas", dizia eu quando coloquei o meu pé num passeio lisboeta após a minha chegada. Eu queria mesmo era não ter saído do sitio onde tinha estado durante uma semana e meia. Mas a vida tem destas coisas, acaba-se o "cu alapado ao sol" e voltamos à vidinha mundana, aos despertadores com toques irritantes, ás manhãs frenéticas em transportes públicos, aos cafés quentes em chávenas escaldadas tomados ao balcão. Não sendo suficiente, acumula-se o famoso stress, doença da moda; já não podemos passar sem ele. Aliás, uma pessoa sem stress não é uma pessoa normal! E sendo eu do sexo feminino, para além do stress que possuo, também tenho aquela coisa chamada Síndrome que aparece antes e depois da hemorragia mensal.

Diz que isto de ser gaja, menina ou senhora, não traz vantagens.
Os meus amigos, que maioritariamente são homens, apontam (me) constantemente as capacidades "negras e diabólicas" que tenho. Bem sei que não são direccionadas à minha pessoa, mas sim ao género a que pertenço. É a facilidade em fingir orgasmos (longe deles qualquer mulher assim, são rapazitos dotados e nunca lhes calhou nenhuma na rifa, grunham eles), é o cinismo, é a capacidade de persuasão, é quase tudo. Contudo, o quase faz toda a diferença.
A sensibilidade para nós (mulheres), é algo que nos assombra. É como uma bolha num pé preste a rebentar. Quantas de nós gostariam de ser desprovidas desse incómodo que nos deixa irritadas quando nos ferem a sensibilidade.
Ora, venham de lá as feministas e tal, com as suas teorias que somos todos iguais, quando na realidade não somos.
Eis que me encontro numa altura de sensibilidade máxima. Altura essa em que, no mundo imaginário das mulheres constroi-se prédios modernos, com vistas panorâmicas, decorações artísticas, com jardins interiores inundados de bonsais e outras plantas exóticas. E, quando inesperadamente estamos numa conversa informal, alguém diz uma frase com um sentido que desfaz a nossa "arquitectura", como se fosse um tremor de terra de magnitude 8.3 na escala de Richter.
Mas na realidade, de quem é a culpa? A quem apontar o dedo? Àquele que por instantes deixou-nos a espumar pelos cantos da boca, que nos provocou dores nos dentes e assobios nos tímpanos?
A culpa é do Síndrome que nos deixa estupidamente parvas, sensíveis, atormentadas, inseguras e vazias. O que é certo é que o pouco tempo que tem efeito, provoca o afundamento do nosso intelecto em questões de segundos e lá temos que vestir a capinha de "somos assim: gajas" e limpar a espuma que secou no canto dos lábios.
A culpa, essa, é das Hormonas!

1 comentário:

virgem disse...

abençoadas sejam essas hormonas que tanto me deixam nas lonas distinta tweezers