terça-feira, 17 de junho de 2008

Em Inglaterra há uns anitos atrás

Andava eu por terras de sua majestade a rainha de inglaterra, absorvido pela saudade e (confesso) carência quando escrevi este poema que a seguir vou escrever.
Hoje, sem nada para fazer decidi vasculhar as gavetas à procura de um livro e encontrei um pequeno dossier com uns rascunhos que fiz na altura em que estava numa pequena vila inglesa a trabalhar, longe dos amigos e da família, e como companhia, escrevia...ora cá vai:

Há pedaços de mim espalhados pela casa
Partículas do meu ser espesinhados por quem passa
Há bocados do passado esquecidos no presente
E o futuro...que não chega, não se ouve nem se sente
Há um final sem fim que de mim se aproxima
Há um monte por subir que não chega lá acima
Há uma rua sem nome nem direcção
Há a misantropia que passa sem prestar atenção
Há uma mão cheia de nada, de vazio e de ninguém
Há uma luz no escuro sem reflexo nem além
E o caminho em que sigo sem saber onde vai dar
É um atalho para nenhures, para apenas não parar
Há um sonho sem côr e uma ferida sem dôr
Há um castelo assombrado sem vestígios de horror
E os meus olhos cegos por só te verem a ti
Vislumbram a razão pela qual te perdi.

Pronto a última parte está lamechas mas como mencionei dentro de parêntesis, estava carente.
Como nunca cheguei a dar um título a este poema, decidi dar-lhe então um nome e de hoje em diante este poema será intitulado de "Há"

2 comentários:

Tweezers disse...

Enches-me de orgulho "Manel"!

Tweezers disse...

É lindo o amor platónico!