terça-feira, 17 de junho de 2008

Vago noctívago

Noite

Deu- me agora para tentar dedicar algum tempo ao blog, já que a minha cabeça não se quer dedicar ao sono.
Queimo cigarro atrás de cigarro na esperança que isso me traga alguma inspiração..não resulta.
Tento deixar- me levar pelas palavras mas elas, dizem- me, têm mais em que pensar.
Talvez tenha sucesso com os pontos de interrogação, mas esses, não me dão respostas..só dúvidas e questões.
Os pontos finais há muito que terminaram o assunto comigo.
Viro- me para as reticências... é melhor não. Com essas fico sempre pendente.
As vírgulas, em tempos, diziam- me alguma coisa, mas não sabem parar quando devem. Apenas trazem mais assunto quando mais valia respirar.
Exclamações são prepotentes e arrogantes. Humildade não lhes serve. Têm sempre razão.
Os dois pontos andam sempre juntos, agarrados para todo o lado, sempre prontos a apontar os defeitos e feitios dos outros.
Alcoviteiros.
O ponto e vírgula são autênticas carraças agarradas aos dois pontos e não admitem que se lhe chame á atenção. Quando isso acontece são os primeiros a dizer "sou assim, ponto e vírgula".
Pensei em ligar aos parênteses mas a sua mania de se destacarem e terem sempre mais alguma coisa a dizer quando o assunto é simples, fez- me desistir.
Quando finalmente me decidi pelas aspas, lembrei- me que não passam de duas vírgulas dobradas, sempre prontas a dar outro sentido ás coisas.
Não sei que escreva.
Mais um cigarro.
Nada.
Outro cigarro. Pronto..
Acabou- se- me o tabaco!!!
E lá estão as exclamações para me fazer lembrar que não me deveria ter esquecido de comprar tabaco.
Não me devia ter esquecido ponto e vírgula..eu até me lembrei. O café é que já estava fechado.
Mas para o ponto de exclamação isso não é desculpa. Tento fazer um parenteses e explicar o meu ponto de vista e ele automaticamente coloca um ponto final no assunto.
Tão típico dele.
Típico, entre aspas, porque ele quando quer não coloca reticências em ajudar a dar ênfase ás questões. Mas desta vez mostra- se irredutível e obriga- me a fazer um parágrafo!
Cínico arrogante. Preciso de ti como preciso de erros ortográficos meu traidor!
Desaparece do meu texto! Consigo- lhe dar expressão mesmo sem a tua presença!
Não me ouve.
Não me quer ouvir.
Mudo de capítulo. Chegou o sono.
Ponto final

1 comentário:

Anónimo disse...

Parenteses acrescentam o que já todos sabem...
Reticências tentam terminar o que não se consegue terminar com um ponto final.
E o ponto final é um fim perto demais para o que conseguimos admitir... os outros sinais vão e vÊm e todos dizem tudo de nada porque não deizam de ser pequenas símbolos que usamos porque alguém nos disse que os deviamos usar em determinadas situação....
Sabes o que falta?
O ponto final parágrafo...
Onde seguimos em frente e passamos para outro ponto da história que é só nossa e quem lê está só a ler porque quem faz a história somos nós!