terça-feira, 22 de julho de 2008

Compreensão Escrita, Desentendimento Verbal

Páginas escritas nas entrelinhas da mentira, revelam-me a verdade omitida pela razão.
Ouço agora o som do desfolhar de mais uma vida, inanimada no papel cuidadosamente amarrotado.
Não consigo deixar de pensar no que poderia ter escrito se nunca tivesse aprendido a revoltar-me. Mas sou um conformado silencioso e só a tinta da caneta me ouve falar com a melancolia dos meus pensamentos.
Sinto saudades de não ser compreendido e sinto saudades de nada sentir quando sentiam que eu nada dizia, a não ser que o que dissesse, teria sentido.
Não gosto de ler o que escrevo porque não concordo com a discórdia dos que lêem o que não sei o que digo.
"Não sabes o que dizes!" Por isso escrevo, porque a escrever me ouço e me compreendo melhor do que ninguém que me leia nos lábios ressequidos pela verdade mentirosa desta surreal realidade.

1 comentário:

virgem disse...

e o que é a realidade senão uma mistura, por vezes fina, outras agreste, de lembranças da nossa, quase sempre, inútil existência neste mundo? E se não poderes escrever, pensar ou sentir o que sentes, então o que somos? Fantoches? Não podemos ter saudades de alguem que nos compreenda porque esse alguem já cá não está para, sequer nos ouvir, quanto mais compreender. e aqui te compreendo!
Se tantas e fartas vezes dizes que não queres saber o que os outros pensam. Continua com essa atitude. os verdadeiros amigos cá estarão para não te avaliar! embrugast!! :D