quarta-feira, 23 de julho de 2008

Fictício


Tu que te pavoneias pela multidão exibindo uma brancura suja, destrois o belo com a tua imagem e presença.
Vestes-te de miséria e vomitas coágulos de artificialidade nos teus monólogos. Cheiras a podridão e a declínio e nem te dás conta que estás mais que morto.
Oh! Rogas pragas aos que te ignoram. Gritas aos teus fantasmas que te deixaram no vazio do teu ser.
Quem te dera a ti que te humilhassem! Mas as pessoas não ligam aos mortos que insistem em manter-se vivos. O que deixas atrás de ti são réstias de desprezo cultivadas pelo teu ego amargo.
Agora banqueia-te, nos jardins vazios e abandonados ao som das folhagens mortas, com aquilo que semeaste.


2 comentários:

Sá Gouveia disse...

Kinsky, tu tens verdadeiramente talento.
Não lhe faças nunca o mesmo que a tua personagem neste epitáfio fez a si mesma.
E sobretudo nunca percas esse sorriso.

13 disse...

Ao ler este texto, vejo a imagem que o acompanha, mesmo que lá não estivesse.