quarta-feira, 16 de julho de 2008

Dor de Estômago

Benvinda ao silencio que te acomoda no vazio, preenchido pela necessidade do que já não tens.
Recebo-te de braços abertos ó Dôr que te fingias esquecida na penumbra da lembrança.
Por breves momentos julguei esquecer-te e apagar-te, mas voltaste. E já que aqui estás, convido-te a entrar no abismo da minha Solidão.
Senta-te e acomoda-te, serve-te de qualquer coisa do bar vazio de embriaguês deturpada que tenho ali, no canto da sala.
Respira o fumo que eu fumo quando respiro e deixa-te cair por entre a densa névoa que o nevoeiro não deixa ver.
Não senti saudades tuas mas sinto que me deixas saudade no que me fazes sentir.
E contigo permanecerei lado a lado para todo o lado, sem ter para onde ir, nem voltar nem fugir.
Estava tão bem, quando a Sobriedade não estava.
Era como estar sozinho em casa e ter liberdade para não saber o que fazer. Mas agora sei que a
Solidão está solidária comigo e não me abandona nem tu me abandonas porque eu nunca vos quis abandonar.
Nunca senti falta do que nunca tive, e agora que preciso do que não cheguei a ter, já não tenho o que mais preciso.
Chegas-me ao estômago e era bem feito comer qualquer coisa, mas perdeste o meu apetite. Não sei o que lhe fizeste mas estás a magoá-lo.
Não te chega o que fazes comigo? Então deixa-me que o faça contigo para que tu sejas eu, que não sou ninguém.

4 comentários:

virgem disse...

pronto.. tem de ser.
venho por este meio informar, e de certa forma expressar a minha verdadeira aflição, para com os restantes excelentissimos autores deste blog, que, ao deparar-me com textos desta qualidade e originalidade, só me resta, senão.....
Voces estao malucos ou que??? vejam la se acalmam a inspiraçao! como é que é?
ai os meninos!!

Tweezers disse...

Sem querer utilizar as frases do virgem...estás um ácido agradável.

Anónimo disse...

O que tu queres sei eu!

Anónimo disse...

eu devo é servir para enfeite......